A regulamentação da proteção de dados pessoais e seus desafios no contexto da tragédia dos (anti)comuns – evitando a tragédia da desconfiança

Autores

DOI:

https://doi.org/10.47975/digital.law.vol.5.n.2.melo

Palavras-chave:

Proteção de dados pessoais; tragédia dos comuns; regulamentação; sociedade da informação; tecnologia

Resumo

Este estudo busca realizar uma análise econômica dos modelos regulatórios da privacidade e proteção de dados pessoais, tomando por referência o clássico texto “A Tragédia dos Comuns”, a metodologia adotada partiu da literatura de referência nacional e estrangeira. Apresentou-se breve exposição das características e etapas da regulação acerca do tema para daí iniciar uma análise econômica da privacidade. O objetivo deste trabalho é analisar como o modelo da “Tragédia dos Comuns” pode auxiliar na crítica da regulação do tema e identificar melhorias e forma de operacionalizá-las. A relevância da pesquisa se insere no contexto da necessidade de uma mais eficiente regulamentação proteção de dados pessoais no Brasil e das dificuldades de um consentimento informado pelos titulares de dados pessoais face a relações assimétricas com os controladores e processadores. Concluiu-se que a missão regulatória segue incompleta mostrando-se necessária a responsabilização dos controladores, e assim como o fomento da confiança dos titulares de dados. A partir desta realidade, foram apresentadas algumas propostas de soluções tecnológicas para fomentar essa confiança, na figura das chamadas PETs, tecnologias de aprimoramento de privacidade, mesmo considerando que a difusão dessas tecnologias esbarra na ausência de adesão por ausência de uma regulação vinculante acerca do tema.

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Biografia do Autor

Lígia Maria Silva Melo, Universidade Federal do Ceará (Fortaleza, Ceará, Brasil)

Docente da Faculdade de Direito da Universidade Federal do Ceará (Fortaleza, Ceará, Brasil). Doutora em Direito Econômico e Desenvolvimento pela PUCPR. Mestra em Direito do Estado pela PUC-SP. Presidente do Instituto Cearense de Direito Administrativo – ICDA. Diretora do Instituto Brasileiro de Direito Administrativo – IBDA. Coordenadora Regional do Instituto Brasileiro de Direito. E-mail: meloligia@gmail.com

Nélida Astezia de Castro Cervantes, Universidade Federal do Ceará (Fortaleza, Ceará, Brasil)

Docente da Faculdade de Direito da Universidade Federal do Ceará (Fortaleza, Ceará, Brasil). Doutora em Ciências Políticas pela Universidade de Lisboa (ISCSP). Mestra em Direito Constitucional pela UFC-CE. Coordenadora do Núcleo de Prática Jurídica da Faculdade de Direito da UFC-CE. E-mail: nelidacervantes@hotmail.com

William Magalhães Lessa, Universidade Federal do Ceará (Fortaleza, Ceará, Brasil)

Mestrando do Programa de Pós-Graduação em Direito da Universidade Federal do Ceará (Fortaleza, Ceará, Brasil). Especialista em Direito Processual Civil pelo Centro Universitário Damásio de Jesus. E-mail: williamlessa_1@hotmail.com

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Publicado

12.12.2024

Como Citar

MELO, Lígia Maria Silva; CERVANTES, Nélida Astezia de Castro; LESSA, William Magalhães. A regulamentação da proteção de dados pessoais e seus desafios no contexto da tragédia dos (anti)comuns – evitando a tragédia da desconfiança. International Journal of Digital Law, Belo Horizonte, v. 5, n. 2, p. 11–29, 2024. DOI: 10.47975/digital.law.vol.5.n.2.melo. Disponível em: https://journal.nuped.com.br/index.php/revista/article/view/1275. Acesso em: 22 dez. 2024.

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